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Abro-te estas mãos que não acabam no tempo. Serás tu quem me há de sepultar, assim que mirrem os crisântemos e o Homem esqueça toda a linguagem. Não sei quando, não o sei ao certo, não sou Deus e a catequese está já à distância da memória, por isso espero pelo calendário que marca os dias até morrer e uma cigana que adivinhe quantos soubemos viver nos silêncios que esquecem todas as palavras, todas as bocas e quase todos os beijos.
Até quando permanecerá em mim essa máquina de ausência feminina que separa os vivos dos vivos e aproxima dos mortos?