descrição
Local: Lisboa
Autores: ADD FUEL, DRAW, MAR, CAOS
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Num graffiti alusivo ao 25 de abril de 1974 (que ocupa um muro com 15 m de comprimento), predominam as cores da bandeira portuguesa a sobressaírem sobre um fundo negro. No centro, o olhar firme de Salgueiro Maia - eternizado numa das mais conhecidas fotografias do 25 de abril de 1974 efetuada pelo fotojornalista Alfredo Cunha e na qual Frederico Draw se inspirou - prende a atenção.
O convite feito aos Underdogs apelava à renovação. "Queríamos conhecer o olhar contemporâneo de uma geração que não viveu o 25 de abril" O desafio foi também construir um mural coletivo e não blocos separados, apesar dos estilos diferentes que caracterizam o trabalho de cada um.
Draw quis usar o seu estilo "riscado e com tramas" para reforçar a expressão do rosto, simbolizando o "Portugal de hoje, mais pesado do que há 40 anos"
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Gonçalo Mar desenhou os punhos cerrados do povo que grita "Amor" e "Luta".
Diogo Machado (Add Fuel) criou um padrão inspirado na azulejaria portuguesa para inserir dentro da silhueta das duas espingardas, com cravos.
O mural fica completo com as duas peças simbólicas de Miguel Januário (Mais ou Menos): à esquerda de Salgueiro Maia o "pré-25 de abril" com o escudo de Portugal entre ossos e correntes, quebradas numa ponta. "Representa o corte com o antigo regime". À direita, o "pós-25 de abril" com um coração e duas G3 (com os canos virados para baixo, em jeito de provocação) que representa a "necessidade de sentirmos e agirmos". Para este writer, Portugal vive um momento semelhante ao que viveu em 1974, perante a necessidade de "ruptura com o sistema" e de "encontrar uma saída, uma solução que venha de dentro". Junto ao coração, numa faixa escrita em latim, lê-se: "Ou encontramos uma via, ou fazemos uma".