descrição
Uma mão na escuridão
Não te cumpre o fortuito ou os acasos de nada, não te chegam os lugares onde Deus, grave, cicatriza instantes, não te serve o fogo que incendeia a mão, maldizendo milagres, um par de lírios tombados e todos os impossíveis, não, nada te cumpre, exceto o corpo que escurece, cansado. Um dia mais a escorrer a carnalidade da noite que alastra sobre as vozes e cada um dos muros que a boca não declina e tudo o que ousas levar é o estertor das rugas que não se veem mas que iluminam a cena quando a cortina do tempo cai sobre o palco neste engano de eternidades.