descrição
Um jato de tinta a afiar a folha de papel, o aroma a primavera, amoras e palavras silvestres em sedução mútua, um café escuro e alguns gomos de espantos a escorrer sumo pelos dedos. Tudo de ti aqui, em cima da mesa, ao lado de uma aragem simples, sem nome, empurrada pela lua com as mãos à espera de um gesto simples, talvez um verso, uma rima, ou quem sabe se aquela blusa vermelha com que escondias vertigens. Tudo isto aqui, em cima da mesa, num gesto sem aviso a iluminar o sol. Tudo isto aqui, o medo a ciciar aquilo que morreu.