descrição
PN Los Glaciares, El Chalten, Argentina
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A fotografia pode ser simples sem nunca ser simplista, já o tinha escrito no passado e para aqui, para esta foto, essa frase, faz todo o sentido!
O dia começou bem cedo e a alguns quilómetros deste lugar, tínhamos dormido na montanha onde fizemos o nascer do sol, tomámos o pequeno almoço, desmontámos a tenda e caminhámos 4 ou 5 km onde fomos fotografando sem horas marcadas.
Chegámos ao acampamento que precede a ascensão a esta lagoa, a Laguna de Los Tres, rente à hora de almoço, montámos a tenda, almoçámos e pensei em fotografar junto ao acampamento para no dia seguinte vir aqui fazer o nascer do sol! O meu amigo Hugo Santos, com opinião contrária, disse que preferia vir aqui logo nessa tarde, pois sentia que subir de madrugada seria uma loucura, vir no escuro sem nunca ter percorrido o trilho poderia correr mal, além de achar que haveria também muitas pessoas a querer fazer o mesmo!
Embora não concordasse totalmente com ele, vira alguns enquadramentos bem fixes que gostava de fazer ao nascer do sol e como só tinha uma hipótese pensei em tentar fazer algo diferente no sopé da montanha e na manhã seguinte, assim anui, vim com ele e mais um amigo que conhecemos de manhã na Laguna Capri!
O caminho diz 1 km mas é mais que isso, bem mais que isso, depois a ascensão é meteórica, a mais difícil que fiz em toda a minha vida. Hora e meia demorei eu e sem metade do material fotográfico que deixara no acampamento!
No final da “escalada” somos contemplados por uma lagoa monumental que nos torna pequenos que nem formigas e nos faz esquecer todo o sofrimento da subida, neste dia acresceu que havia uma calmaria total, sem vento, sem som, sem pessoas, apenas eu, o Hugo e o Jeremy! Sem falarmos praticamente uns com os outros fomos fotografando até sentirmos que deveríamos descer! Queríamos fazer a descida ainda com luz, pelo menos parte dela! Chegamos ao acampamento já noite cerrada e tão cansados que nem jantámos, bebemos um chá, comemos umas bolachas e fomos dormir!
A foto, essa, é simples, mas impactante pela monumentalidade do Fitz Roy quase sempre presente, nesta parte do Parque Nacional Los Galciares, como se de um farol se tratasse e fosse o nosso guia orientador para tanta caminhada, para tanta fotografia!
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Hugo Amendoeira
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