descrição
Escondido por detrás da cortina, espreita pela janela até ao fim do tempo. E tudo, dali, parece diluir-se numa paisagem vaga, quase de um tom só, algures entre o refúgio das aves e o voo. É tão fácil perder-se a noção do mundo quando dentro de si há apenas uma cor, um matiz, um derradeiro deserto de pele áspera aonde nem o som chega para fazer morada. Por isso permanece só, cada vez menos homem, apenas ele e a cortina que o ilude com histórias de homens e de mulheres, num gemido de estrelas refletido na solidão…
A melancolia é lenta, move-se devagar, sílaba a sílaba, palavra a apalavra, sem nunca conseguir desvendar a sintaxe secreta do Amor.