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Conselho
Renuncia, poeta!
Renuncia!
Sou eu, também poeta, que to digo.
Nenhum verso se deixa encarcerar.
Prender água nas mãos é um jogo antigo,
Que aumente a sede, em vez de a mitigar.
Temos
O que perdemos
Dia a dia.
O sol da poesia
É lua, em nós.
Sai-nos do peito um canto comovido,
E ouvimos, como um eco arrefecido,
O som da própria voz.
(Miguel Torga)