descrição
Profecia silvina
Velha memória que desatina
Um dia
Sem brincadeira
Irás entender
Com a vida não se brinca
Brincas com a vida
E um dia
Que será um qualquer
A vida irá brincar contigo
Fazer de ti instrumento
Jogar-te como um dado
Usar-te como a um trampolim
Brincas muito com a vida
Desmarcas-te dos seus confrontos
Trepas sobre bloqueios
E ris
Riso interno
Exteriorizado em convulsões
Que te levam o corpo para o alto
Depois
Sim
Bastante depois
Num estado de efusividade avançado
Surge o comando na caixa
A margem estreita
Manchas estranhas
Onde menos se espera
Entranhas
Um punhado de significados
A vida manipula-te alegremente
Balão preso pelo cordão umbilical
Peão lançado ao asfalto
Bola de trapo
A rebentar pelas costuras
O mundo não chega
Brincadeira
Vida animada por impulsos
Brincas fora dos limites
Vida inteira
Sabendo a sério
Simultaneamente
Criança e velho
Brincas de tudo e nada
Realizas a profecia
Escolha leve
Não cede
Brincas a viver
Enquanto o dia não chega
PS