descrição
Quem és tu?
Trazes a boca escondida na insónia e já nem o tabaco e os dedos amarelos te sossegam o peito, cada vez mais fechado na gaveta do inverno. Perdidos os frutos do estio, esqueceste o tempo em que o beijo era o pão e o desejo o farol da loucura.
Chove. Procuras a pedra da estrada enquanto a luz sangra sobre arcos de pele numa falésia de perfume adormecido... ainda que por detrás do vidro.
Tudo o mais é orvalho sobre folha indecisa que o vento desprendeu da árvore. Ninguém o sabe, mas por debaixo da ramagem continua a crepitar o fogo.