descrição
Não sei quem és, mas chegas até mim como se fosses água a correr em direção à raiz. Não, não sei quem és nessa tua cegueira cansada, inclinada para o inverso da sombra como quem tem fome e não sabe para que lado seguir, e eu, de cá de cima, nada sei do teu passado intocado, da mesa posta com mais pratos do que gente e dos talheres vazios, reverberando quase tanto como esses olhos que incendeiam o tempo, sim, eu sei que sempre acreditaste que o tempo não morre nem mata, mas hoje, com a solidão por companhia e os bolsos vazios, sabes do engano e da loucura, por isso suplico-te:
- Levanta-te. A noite chegará, é certo, mas enquanto o sol te visite é cedo de mais para adormecer…