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E ao fim do dia relembro, recordo esse instante em que me entravas no verso, mulher mordendo a noite, copos acesos de rimas à espera que os lençóis estendessem as mãos para as magnólias de um tempo que adivinhávamos eterno. Sim, escrevia, e no bailado de tinta, emaranhava serpentes que se lançavam para dentro do corpo – e o tempo foi água a correr, invisível, na clepsidra das veias.
Temo um tempo em que tudo isso cesse, um tempo em que a palavra seja apenas o abandono com que, de bengala na mão, recorde o fim da estrada. Por isso, corremos, certos de que hoje é o momento de ser seiva e caule...