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Perguntas-me se ainda sei o teu nome de cor, desvio-me da pergunta como quem tropeça para evitar os estilhaços e lhes voltar as costas por não mais querer regressar.
Para trás, a certeza de uma distância percorrida devagar, as tardes esquecidas que vieram comer a luz, copos a vigiar a noite e um silêncio, como os cabelos, estendido por fora da gola do casaco.
E tudo tive de te esconder: álcool, poemas, palavras azuis, chão, cães e ruas a farejar nomes, uma cama vazia… Hoje é tarde… deitamo-nos num silêncio que talvez tenha sido sempre a nossa sintaxe, um silêncio apenas habitado pelo olhar de costas para a porta que teima em permanecer fechada…