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O Navio….
Ficções reais de um dia na praia com amigos. – Notas soltas.
Francelos, ano da (des)Graça de 2012, primeiro da Troika.
Chegamos, eu e a Isabel, já pelo fim da manhã ia alto o sol e quente a areia!
Ao fundo, em amena cavaqueira, estavam os nossos amigos! Dois simpáticos casais, amigos de há longos anos, juntamo-nos e o convívio correu como o costume, alegre, bem-disposto e com momentos hilariantes…
Com o calor a apertar, eu, o Jorge e o Zé procuramos a proximidade do mar em busca de frescura e por ali fomos ficando, falando de tudo e de nada, observando o horizonte longínquo e as proximidades que se apresentavam belas e comentáveis.
Os navios iam passando e foram merecendo a nossa atenção de observadores cuidadosos. As considerações, elegantes e propositadas, ditas em voz amena entre nós, começaram a fluir.
Eram, todas elas, considerações altamente técnicas e pensadas, centradas em cada um dos navios que por ali aportavam ou passavam. Um ou outro mereciam maior ponderação na proa ou na popa e no cordame e velame, por vezes diminuto, que as envolvia. Lá apareciam alguns (poucos!) navios sem cordame ou velame à proa o que levava a uma observação mais discreta mas, quiçá, mais incisiva. O Jorge, de forma subtil, argumentava que por ali andava “Boa armada!!”.
Envolvidos nos nossos pensamentos e contemplações fomos “acordados” pela voz da Isabel: “Meninos, acabou o recreio! Vamos almoçar!”
Fomos!! O almoço, opíparo, constava de um excelente peixe, magnificamente grelhado pelo Pereira e foi regado por um branco, bem fresco! O Pereira clamava que “Quem beber daquele vinho, viverá para sempre!!”, matutámos que talvez não fosse bem assim mas, à cautela, lá fomos bebendo e cada vez mais pensando naquelas palavras…., afinal o homem é um velho sábio e o vinho excelente!!
Pela noite jantamos eu e a Isabel, sozinhos, mais recatados e com sabor a mar e amar, passeamos, junto ao mar, de dedos entrelaçados! Ao longe, dos navios só se pressentiam as luzes! Não me importei, estava ali com o meu Navio, de todos os tenho visto… o mais belo e sublime, aquele que me faz navegar por mares grandiosos, num ir e vir infinito e sempre renovado, como há 27 anos quando nos conhecemos! Olhei para lá do infinito e agradeci a Zeus ter-me enviado, do Olimpo, Ganímedes, portador daquele néctar dos deuses que ali estava, como sempre, ao meu lado….
Post-scriptum: Obrigado Isabel por me teres emprestado o teu “sabonete” Olympus para fazer esta foto e por me aturares….