descrição
Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa, Portugal,
considerado como o local mais bonito da cidade no virar do século, ergue-se
sobre o vale de Alcântara, A construção de um aqueduto para levar água à cidade
deu, a D. João V, a oportunidade para satisfazer a sua paixão pelas construções
grandiosas, uma vez que a única área de Lisboa que tinha água era Alfama. O
projecto foi pago com o produto de uma taxa sobre a carne, o vinho, o azeite e
outros comestíveis.
Apesar de só ter sido terminado no século XIX, em 1748 já fornecia água à
cidade. A conduta principal mede 19 km, embora o comprimento total, incluindo os
canais secundários, seja de 58 km. A sua parte mais conhecida são os 35 arcos
sobre o vale, o mais alto dos quais mede 65 metros de altura.
O caminho público por cima do aqueduto, esteve fechado desde 1853, em parte
devido aos crimes praticados por Diogo Alves, um criminoso que lançava as suas
vítimas do alto dos arcos e que foi o último decapitado da História Portuguesa.
Hoje é possível dar um passeio guiado por cima dos mesmos. Também é possível,
ocasionalmente, visitar o reservatório da Mãe d\'Água.
Na extremidade do aqueduto, a Mãe d\'Água das Amoreiras é uma espécie de castelo
que outrora serviu como reservatório. O desenho original, de 1745, foi do
arquitecto húngaro Carlos Mardel. Completado em 1834, tornou-se num popular
local de encontro para os monarcas e as suas amantes. Hoje o espaço é utilizado
para exposições de arte, desfiles de moda e outros eventos.
Na primeira fase da sua construção, até à chegada a Lisboa em 1748, contou com a
participação de famosos arquitectos e engenheiros militares, nomeadamente
António Canevari (italiano), Azevedo Fortes, Silva Pais, Manuel da Maia,
Custódio Vieira (autor da arcaria sobre o vale de Alcântara) e Carlos Mardel
(húngaro). Manuel da Maia e Carlos Mardel haveriam de ter, após o terramoto de
1755, um papel crucial na reconstrução da Baixa Pombalina.