descrição
Nascer do sol sob a Passarela do Anchieta visto do Morro do Paranambuco (Pedra da Esfinge)
(Apenas um desabafo do que me acontece em quase todas as captações destas imagens)
Hoje de manhã, há uma hora atrás eu estava neste lugar... E sozinha. Fotógrafos de paisagem passam muito tempo sozinhos, buscando lugares ermos. E eu gosto deles. Não me sinto sozinha, me sinto junto a natureza e a mim mesma...
Mas, é exatamente ai que explico o título da foto.
Não posso responder pelos outros países, pois deles nada sei, nunca estive nem sequer fora de meu estado, São Paulo, mas eu não consigo entender e muito menos aceitar porque até hoje mulher é tratada como um objeto.
Você não pode andar sozinha, que já pára um carro ao teu lado, te convidando para entrar? O que pensam estes homens? Que somos todas prostitutas?
Quando eu saí de casa, pelo amanhecer, minha pretensão era fotografar na Passarela do Anchieta e não longe dela,,, Mas, assim que cheguei, fui surpreendida por dois rapazes inescrupulosos, que foram para o local com más intenções. Eles me desafiavam, percorriam a passarela, sempre de tocaia, me vigiando. Eles sabiam que eu não tinha para onde ir.
Eu subi à encosta do Morro e de lá fiquei, fotografando. Bem mais do que medo, o que senti foi revolta. Mas, não quis perder a chance de fotografar, acontecesse o que acontecesse... Ainda que o visor tenha ficado molhado em lágrimas...
Eu sou livre para ir e vir... Mas, será que este direito é apenas para os homens?
Felizmente chegou um terceiro, no qual confiei, descendo do morro, e, aproveitando sua presença lá, fui embora segura, deixando pra trás tantas outras possibilidades fotográficas...
Eu sou minha... e não de quem quiser.