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Nenhuma fatura nos fará esquecer as primeiras gotas da chuva de outono contra o vidro das palavras, nenhuma fatura nos trará de volta os frutos silvestres que substituíste por cristalizados na taça ao centro da mesa; chegou, pois, o tempo em que pagas o teu café e eu o meu tabaco, mesmo sabendo que nenhum de nós ficou mais rico.
Sim, é verdade, saímos ilesos do automóvel que perdeu a curva mas também não adivinhávamos que a noite nos tombasse sobre o peito, repentina, rasgando-nos o abraço clandestino. Afinal, se a morte nunca avisa, por que o faria o fim do amor?