descrição
"eu não tenho ilusões. não as crio."
hoje agrilhoei todas as ilusões, nem por isso se conformam.
anseiam pela liberdade perdida. persistentemente tentam-me.
aparecem-me nos sonhos. acordaram-me. despertam-me para a arte. vou resistindo como posso. e eu que não posso nada.
permaneço na plateia, espiando e desejando as ilusões dos outros. discretamente vou aplaudindo o júbilo da ilusão. levanto-me e abandono a sala aquando do desastre. a impossibilidade da vida. a desilusão que chega. a renúncia era a resposta a dar.
Joana Meirim "Amores Perfeitos" 2002 outubro
Belém, 26 de agosto de 2018