descrição
Reproduz-se em ti uma infinidade de erupções
Resultado de fluxos de energia não exteriorizados
De palavras
Pensamentos e memórias
Retraídos na sobrevivência existencial
Talvez no limite dessa implosão progressiva exista um vislumbre
Um breve indício do que habitualmente te é vedado
Omitido pela densidade generalista que dispensa aprofundamentos
Mas para que tal aconteça terás mesmo de alcançar esse limite
De percorrer toda distância que vos separa
Aceitando a voraz incidência de erupções corrosivas
Terás de criar esculturas interiores com as palavras que se acumulam
Devolver os pensamentos ao ego
De onde nunca deviam ter saído
Tudo em algum momento se transforma
Esse momento pode ser agora
Ou pode dar-se um longo inverno
Forte resistência
Que te impede de percorrer o caminho
É a tua escolha que o determina
Exteriorizar o que está em excesso
Numa corrente que tudo atinge à sua volta
Chuva salgada
Sobre a montanha da alma
Ou permitir que o espaço interior se dissolva
Que se mantenham e desenvolvam incongruências
Até que a luz apareça
Como um despertar permanente
Incondicional
PS