descrição
O silêncio do teu nome chama sem que ele o saiba escutar. Com o tempo deixou de prestar atenção ao que importa e nem aquela flor que se desprende diante do olhar, pétala a pétala, lhe agita as saliências da pele. Durante anos viveu na hipnose dos versos, a cicatrizar mundos onde até os deuses o ignoraram, durante anos escreveu, escreveu febrilmente, escreveu soltando brisas nas rimas, entrançando vozes nos versos e sabendo de cor todas as palavras com que se escreve o corpo… tudo viu, tudo fez seu, tudo escreveu e, neste estremecimento feminino deixou que a noite lhe fosse buscar a essência das mãos de onde se extrai o dia: e hoje, tantos poemas depois, ainda não sabe que a linguagem do Amor não tem gramática e torna todas as palavras impronunciáveis...