descrição
12-04-15 - Caminhando sozinha na Praia do Sonho sob a alvorada pouco antes da foto anterior...
Perdoem-me o desabafo na foto anterior... Quem me dera fosse apenas naquele dia... Mas não é, temos que ficar alerta, quase que paranoicos. E quando digo que no Brasil ainda é mais difícil, me refiro à coisificação (existe mesmo esta palavra?) da mulher brasileira. Eu não sou uma bunda grande de mulata. Sou alguém integral. Tenho intelecto... Tenho sonhos e raízes, as quais não me extirparão.
Sou caiçara. Desde pequena estou acostumada a andar a pé... E muitos quilômetros, na maioria das vezes sozinha. A alvorada é o momento de o caiçara lançar-se ao mar, deslizar suave pelo riacho. Desbravar a floresta. Prostrar-se em sua reza.
Minha cidade, Itanhaém, por centenas de anos esteve suspensa no tempo, um paraíso só nosso esquecido por todos... Porém, há poucas décadas estamos recebendo cada vez mais pessoas de fora mal-intencionadas, os quais querem manchar com sangue nosso lugar...
Sei que o mundo mudou e que já não é mais seguro ter nossa vida simples e pacata de outrora. A natureza e o mar sempre foram minhas companhias. Nunca os abandonarei.
Quando fotografo o Rio do alto da Ponte, tenho, ao final dela, um batalhão da polícia militar, nos quais confio; e quando estou na Praia do Sonho e na Praia dos Pescadores, também me sinto segura com a presença deles, que já na alvorada estão partindo para o alto mar.
Porém, há lugares tão belos, porém ermos, que prometo, a mim mesma e a vocês (obrigada pela preocupação), que irei apenas acompanhada.