descrição
Tatua a noite nas escamas da pele, sem medo do sangue que em tempos lhe embriagou a adolescência. É um código secreto, onde o álcool, o excesso e a loucura se confundem com o amor. Aprendeu a sua linguagem e hoje chama-a como a si mesmo, sem se aperceber de que cada som, cada sílaba, cada mentira é suave veneno a alagar a boca. Para trás deixou a luz, agora apenas memória fotográfica na moldura de um tempo que não sabe fazer regressar.
E assim, peregrinando por itinerários de solidão e mapas de silêncio, deixa-se seguir pelo túnel onde o coração se esquece de amar e o corpo, náufrago anónimo, morre devagar… o que lhe resta: gritar ou adormecer?