descrição
Há uma cidade crepuscular, cidade noturna, sem luz como se o inverno devorasse o instinto de todas as estações, uma cidade vazia, incompleta, onde o sangue bombeia delírios num trajeto sonâmbulo para longe do corpo, para longe da pele e ainda mais do beijo. De um lado, são comboios que partem em frémito acelerado, do outro lado, a raiz do girassol arrancado à treva moribunda do cais, esse holocausto escavado no ventre da loucura humana que apodrece algures entre o silêncio do fruto e a transpiração da mão que o cobiça.