descrição
Todas as ruas procuram a noite. Saem, nómadas, do interior do corpo como se fossem poetas – desses poetas de cabelo desgrenhado, a desprender versos de loucura sobre ninhos enquanto cantam os que amam e os que esqueceram a sintaxe do beijo.
Todas as ruas permanecem intactas. Cantam na pauta de pedra enquanto o amor, com asas, esquece as rotas e o voo, por isso caem, caem como a noite, à procura do álcool, do sabor do sexo e da travessia dos lábios.
Só as ruas sobrevivem à morte por nada pedirem em troca. E o poeta, canta. Canta ou finge viver?...