descrição
São lumes o que me escorre, chama nua à altura do rosto como o pássaro em voo desde o passado até uma nuvem e, nesse olhar simples sobre as coisas, a sofreguidão dos dias desliza para dentro da pálpebra do universo, primeiro uma lágrima, depois um fio, por fim um rio navegado pelo instante que se abre diante dos mãos como pétalas de flores. E todo eu escuto o crepitar do incêndio e a transpiração da pele sobre as palavras, que sangram como urtigas na voz, num desalinho métrico consumindo o frágil cristal dos sentidos...
O poema, esse, permanece adiado...