descrição
A cidade ruge sem caber na distância, é poema nunca escrito que sangra na imensidão, verso incompleto de voo e pouso a anunciar abismos sobre os olhos,
a cidade ruge cães solitários, cães que atiram canções à lua, canções apaixonadas pela velocidade de um jato, enquanto eu, alheio à urgência das coisas, caminho trôpego até ti,
a cidade ruge a única verdade, tu, flor incendiária de cada amanhecer, estás cada vez mais alta, cada vez mais distante, e eu cada vez mais trôpego, cada vez longe de te saber chegar,
a cidade ruge… já nenhuma palavra me chama e eu fico ausente a escrevinhar vazios.