descrição
A luz se insinuou sobre os beirais
Fumaças pedem passagem
As mesmas bocas
Lambendo o sal das vidraças
Deixem o dia
no outro
lado da janela
horas tardias
Se levantam
Para
Afagar os erros
Que seguem atrás
Com um punhado de pó
Afogado no rosto
Todas as horas são poucas
Na resenha dos sinos.
Menino Deus,
Quantos dormem rio abaixo.
Menino Deus,
Estamos com pouca paciência
Sabemos que depois dessa chuva, a ausência do sol inunda os olhos de silêncios...
Por favor sol, tenho muitas aflições para esperar secar,
essa convulsão de ossos gelados, de sorrisos tímidos, amarelos de medo,
de mãos levantadas encostadas na parede.
O frio nosso de cada dia.
O frio esta fatigado
esta sendo revistado
esse líquido amargo
que escorre pela garganta
me desculpe meus ossos são de dias incompletos
perdão, não temos segredos
já foram despachados
há pouco tempo se tinha
um pão seco,
tenha paciência
daqui um pouco se faz escuro sobre nós.
Esta cansando roer essa fila de fome e o que resta de luz
não venha perturbar o silêncio,
essa fome inacabada.
Menino Deus,
Menino Deus,
Ainda não crescemos o suficiente para atravessar as largas avenidas a multiplicar os nossos erros..
Poesia: 10.09.2019
Foto: Bairro Umbu
Alvorada - RS - BR
2012