descrição
Em tempos conheceu o Amor, tinha mãos abertas para a pele e um par de olhos a soletrar nuvens, foram tempos sem inverno, tempos de moradas habitadas por dentro como metáforas nos hemisférios do corpo. Mas o tempo começou a doer e logo deixou de escalar impossíveis, hoje traz a idade no bolso e esconde-se nuns olhos escuros, à procura de desatar a boca e um par de rimas cansadas. Por fim, fechou-se dentro de um poema, versos de sintaxe imperfeita que deixaram de caber no beijo por guardarem vestígios femininos em cada rasto que desfez.